No turbilhão de versões conflitantes que circundam o fatídico acidente na Zona Leste de São Paulo, entre o Porsche conduzido por Fernando Sastre de Andrade Filho e o Sandero operado por Ornaldo da Silva Viana, emerge a narrativa de uma noite que se tornou um ponto de interrogação.

Em um cenário onde a verdade parece ser um diamante obscurecido pela lama do desentendimento, o depoimento da namorada de Fernando surge como uma nova camada de complexidade. Sob o olhar inquiridor das autoridades no 30º Distrito Policial, ela tece uma teia de detalhes e justificativas que desafia as narrativas pré-estabelecidas.

Acompanhada por uma escolta de quatro advogados, ela adentra o território da contradição, negando veementemente qualquer indício de consumo de álcool por parte do empresário. Uma narrativa meticulosamente construída, onde a história de oito anos de relacionamento se torna o pano de fundo para uma série de eventos que culminaram em tragédia.

Estranhamente ausentes são os relatos dos sinais clássicos de embriaguez, como a voz pastosa e o andar cambaleante, descritos por uma testemunha que emergiu do caos da colisão. O que era verdade? O que era manipulação? As respostas pareciam escapar pelas brechas da memória.

Entre os enigmas não resolvidos, o dilema da velocidade paira como uma sombra sobre a investigação. Enquanto uma testemunha afirma que o Porsche acelerou como um raio na noite, a narrativa da namorada de Fernando permanece silenciosa sobre essa questão crucial. Um vazio que deixa espaço para especulações e teorias conflitantes.

Assim, cada depoimento se torna um fragmento de uma história maior, uma narrativa entrelaçada de eventos e interpretações que desafiam a lógica e a compreensão. Na escuridão da incerteza, a busca pela verdade se torna uma jornada labiríntica, onde cada passo adiante parece trazer consigo uma nova camada de mistério. E no coração desse labirinto, a pergunta persiste: o que realmente aconteceu naquela fatídica noite de março?