
Mulher teria feito comentários ofensivos em um grupo de WhatsApp com pais e mães de alunos, após uma visita dos estudantes ao quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora (SP). Caso foi registrado na delegacia.
A mãe de um aluno de uma escola estadual de Salto de Pirapora (SP) é suspeita de ter praticado intolerância religiosa após uma visita dos estudantes ao quilombo Cafundó, na sexta-feira (18).
De acordo com o boletim de ocorrência, após o passeio, lideranças do quilombo receberam prints de conversas no WhatsApp que mostram a suspeita dizendo que o local visitado era uma “verdadeira macumbaria” (veja acima).
Segundo Cintia Delgado, uma das líderes da comunidade, o trabalho de visitas ao quilombo é feito há muito tempo e serve para ensinar a população sobre as tradições e a importância quilombola.
“Nós recebemos várias escolas de todo o estado, tanto da rede pública, quanto da privada. Recebemos universidades, agências de turismo… É um trabalho de anos e esta é a primeira vez que somos tratados desta forma”, afirma.
Além de representantes do quilombo, a mãe de um estudante também compareceu à delegacia para prestar depoimento.
De acordo com o BO, a mulher, que participa do grupo no WhatsApp com pais e responsáveis da escola, afirma que viu os comentários da suspeita, além de fotos que mostram ambientes do quilombo.
A professora responsável pela turma que visitou o Cafundó, que não quis se identificar, disse que os estudantes são do 7º ano e têm idade entre 12 e 13 anos. Segundo ela, o filho da suspeita não participou da atividade.
“O filho dessa pessoa não é meu aluno e não foi ao quilombo. A mulher viu as fotos dos meus estudantes nas redes sociais e se incomodou de eu levá-los para realizar o trabalho de campo ao quilombo”, explica.
Conforme a professora, o trabalho faz parte do currículo escolar do ano letivo, que está ensinando sobre comunidades tradicionais.
O caso foi registrado na Polícia Civil na segunda-feira (21).
O g1 não conseguiu contato com a mãe que fez os comentários relacionados ao quilombo Cafundó no grupo de WhatsApp. A reportagem também pediu um posicionamento à Secretaria Estadual da Educação, que ainda não retornou.