“Ferida da alma é a pior”, diz mulher atacada dentro de sexshop no DF

Vítima de uma tentativa de estupro dentro de um sexshop na tarde dessa quinta-feira (10/3) no Riacho Fundo II, a dona do estabelecimento, de 50 anos, usou as redes sociais para tranquilizar os amigos e conhecidos. “Queridos clientes, muito abalada ainda com o ocorrido, mas minha fé em Deus é maior que tudo”, disse a mulher, que terá a identidade preservada por motivos de segurança.

Apesar de não ter ferimentos graves, a empresária precisou ser levada ao hospital e teve o pescoço imobilizado, devido à brutalidade do ataque. Ao Metrópoles, a vítima disse que está muito abalada psicologicamente.

Autor do ataque, o vigilante Jefferson Ribeiro Dias, de 34 anos, acumulava dois inquéritos na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) justamente por estupro. O homem acabou morto após ser imobilizado por moradores da região, que impediram que o ataque sexual fosse consumado.

O primeiro crime registrado contra Jefferson, em 2016, ocorreu na região do Gama. Já o segundo, em 2018, foi investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II).

Imagens obtidas pelo Metrópoles revelam momentos antes da morte de Jefferson, que era vigilante.

“Ele entrou consciente de que ia praticar o fato. Pediu para testar o produto, a moça entrou, ele foi atrás e atacou ela de forma muito violenta”, afirmou o delegado-adjunto Lúcio Valente, da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo I).

Após salvar a mulher da tentativa de estupro, um dos moradores da região imobilizou o vigilante pressionando o joelho sobre o pescoço do homem. Revoltado, ele ainda deu socos e cotoveladas no rosto e cabeça do vigilante.

Boa parte dos populares que agrediram o homem já foram identificados e foram ouvidos pela Polícia Civil. “As pessoas foram identificadas, algumas já foram ouvidas, mas temos que esperar o laudo para saber o que de fato causou a morte”, explica o delegado.

“As pessoas que agrediram incialmente, entraram para salvar a mulher. Mas caso a morte tenha sido provocada por agressões após ele estar imobilizado, aí sim você pode imputar responsabilidade sobre elas, algo que chamamos de excesso em legítima defesa. Mas não podemos cravar nada ainda sem o laudo”, comenta Lúcio.